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Tese do doutorado de Professor da UFGD sobre Desenvolvimento Econômico Regional ganha prêmio da Capes


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A pesquisa “A ruralidade e o desenvolvimento econômico local: o caso dos municípios brasileiros”, de autoria de Adriano Renzi e orientada por Carlos Alberto Piacenti, ganhou o prêmio CAPES de tese na categoria Planejamento Urbano e Regional/Demografia. A premiação é uma iniciativa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
 

O estudo foi desenvolvido no doutorado de Adriano Renzi no Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) do Campus de Toledo, e apresenta um novo indicador de desenvolvimento econômico, associado a aspectos da ruralidade e da governança municipal. São eles o Índice de Desenvolvimento Econômico da Ruralidade (IDER) e o Índice de Desenvolvimento Econômico Local (IDEL).

Renzi explica que chegou a este tema de doutorado pelas preocupações com relação à composição das variáveis presentes nos índices tradicionais, em detalhe, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Índice FIRJAN de Desenvolvimento dos Municípios (IFDM-G). Esses indicadores podem não representar aspectos significativos da realidade local, característica essa que pode gerar uma alocação de recursos públicos que não maximizará os resultados decorrentes dos investimentos públicos e privados. Tal fato pode gerar complicações para gestores no ato de definir onde o orçamento público será investido. Isso porque, em geral, os gestores públicos almejam atingir um objetivo em particular, em detalhe, reduzir o hiato de desigualdades regionais em consonância com a elevação do desenvolvimento econômico local.

Logo, segundo Renzi, a origem do problema de pesquisa identificada se originou do fato de que os indicadores de desenvolvimento tradicionais (IDH-M e IFDM-G) consideram apenas aspectos relacionados a renda, emprego, educação e saúde. Nas palavras do autor, “no IDH-M uma das principais variáveis utilizadas é o Produto Interno Bruto (PIB) per capita (divisão das riquezas produzidas no país pelo total de habitantes). O referido índice não informa, por exemplo, se houve uma queda na desigualdade, pois ele não mede isso”.

Nessa perspectiva, o autor argumenta que o IDH-M e o IFDM-G utilizam uma metodologia de cálculo limitada, pelas variáveis empregadas, para captar as dimensões de desenvolvimento econômico. Nas palavras do autor, “como esses índices não captam essas outras características, os índices propostos na tese tendem a complementar os índices tradicionais.

Para o autor da tese, os índices tradicionais são indicadores importantes e ainda são considerados para elaborar políticas públicas, no entanto, esses índices não captam algumas dimensões e aspectos relevantes e presentes na concepção de desenvolvimento econômico, tais como: os aspectos relacionados à ruralidade e à governança, em parte, representadas nas dimensões ambientais, sociais e demográficas. Ao observar essa lacuna, Renzi apresentou sua contribuição ao fornecer dois novos índices (IDER e IDEL), os quais fornecem um maior poder de precisão e aderência para aferir as realidades regionais brasileiras.

Renzi explica ainda que, para chegar aos índices propostos, levantou um conjunto de 146 variáveis que poderiam ser relevantes para compor os indicadores. Após a realização das medições de teste, o autor chegou a um conjunto de 55 variáveis, que se mostraram presentes em 10 fatores. “Cada um desses fatores englobam variáveis com características correlacionadas. Por exemplo, o fator capital é composto por variáveis representativas do quantitativo de tratores, colheitadeiras e outros implementos agrícolas. Outro fator corresponde à produção de soja e ele é composto por variáveis relacionadas ao manejo do solo, aos resultados auferidos com a produção dessa cultura e, outro exemplo importante é o fator relacionado à governança, o qual é composto por variáveis relacionadas à gestão e ao equilíbrio orçamentário dos municípios”.

Esses e outros fatores apontados por Renzi representam as dimensões econômica, social, demográfica e ambiental presentes no complexo fenômeno caracterizado como desenvolvimento econômico. Nessa perspectiva, a tese buscou identificar as variáveis presentes e representativas dessas dimensões as quais englobam e podem explicar, em parte, as mudanças nas características dos 5.560 municípios brasileiros. “Um aspecto muito importante, que caracteriza uma alteração nos últimos 20 anos, é que a maior parte das pessoas vive na cidade, mas faz as suas atividades no campo, e parte das pessoas que vive no campo, faz as suas atividades rurais, mas também algumas atividades na área urbana”, explica o autor.

Renzi termina seu relato agradecendo ao seu orientador Carlos Alberto Piacenti e aos docentes do PGDRA pelo carinho, pela oportunidade e pelo apoio durante o curso de doutorado na instituição. “Este prêmio é muito importante para mim, pois quando fui aceito no doutorado ainda não tinha a confiança nem o ferramental necessário para fazer pesquisa acadêmica. Concluir a tese, defendê-la, vê-la ser escolhida como representante no prêmio Capes pelo PGDRA e agora premiada, são resultados que chancelam minha escolha em uma trajetória correta para me tornar um professor com habilidades para produzir pesquisa e digno de ocupar um assento no curso de Ciências Econômicas (FACE) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

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Setor responsável:
FACE
Nome responsável:
Adriano Renzi
Email:
face@ufgd.edu.br
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