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O novo coronavírus dilacera áreas onde os moradores geralmente mantêm suas próprias comunidades pequenas e unidas. Mas o vírus leva o seu tempo se espalhando em cidades populosas, onde os moradores de diferentes bairros tendem a se misturar, finalmente infectando mais pessoas do que nas áreas relativamente isoladas.

Moritz Kraemer da Universidade de Oxford, Reino Unido, e os seus colaboradores modelaram a propagação da SARS-Cov-2 por meio de de comunidades de vários tamanhos e densidades populacionais (B. Rader et al. Nature Med. https://doi.org/fcjk; 2020). Os pesquisadores validaram seus modelos comparando suas produções com dados conhecidos sobre movimentos individuais e taxas de infecção em cidades chinesas populosas como Wuhan e províncias menos densamente povoadas na Itália.

O modelo da equipe prevê picos relativamente curtos e intensos em casos de COVID-19 em cidades relativamente sem aglomeração nas quais os moradores se ficam em seus próprios bairros em vez de se misturarem livremente. Em cidades sobrepovoadas, no entanto, as pessoas são mais propensas a ter que lidar com surtos que duram mais do que aqueles no campo (região rural).

Os pesquisadores aplicaram seu modelo a 310 cidades em todo o mundo, e preveem que aqueles com distribuições relativamente uniformes de população, como Ulaanbaatar na Mongólia, poderiam esperar uma explosão  de curta duração no número de casos. No entanto, os centros urbanos mais densamente povoados, como Madrid, podem esperar surtos mais prolongados.

Fonte: https://www.nature.com/articles/d41586-020-00502-w