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Abril
27
2022

Reitoria e membros da FAIND debatem soluções para garantir a manutenção dos cursos Teko Arandu e LEDUC

  Atualizada: 28/04/2022
O foco é buscar alternativas para que os cursos deixem de depender de fontes de recurso intermitentes

Na manhã desta terça-feira, 26/04, docentes, estudantes e técnicos administrativos da FAIND participaram de reunião junto à Reitoria da UFGD, para alinhar as ações necessárias visando a manutenção dos cursos de graduação Licenciatura Intercultural Indígena - Teko Arandu e Licenciatura em Educação do Campo (LEDUC).

O reitor pro tempore Lino Sanabria iniciou a reunião com uma breve descrição sobre o contexto de criação dos cursos. O Teko Arandu foi financiado a partir do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais indígenas (PROLIND), criado em 2005; e a Licenciatura em Educação do Campo foi financiada a partir do Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo), criado em 2010. Dessa forma, ambos cursos vieram sendo viabilizados a partir de verbas de programas do governo federal, sem nunca terem sido inseridos na matriz orçamentária da universidade. Com o fim desses programas de financiamento do MEC, a universidade se vê sem condições financeiras para viabilizar as etapas futuras dos cursos. O reitor pro tempore ainda disse que a reunião não teve como objetivo discutir os motivos pelos quais os programas não se tornaram uma política de estado ou porque não houve adequação da matriz orçamentária da UFGD em gestões anteriores, mas o foco é criar, a partir de agora, uma solução definitiva no sentido garantir a manutenção desses cursos, sem depender de fontes de recurso intermitentes. Após essa exposição, o reitor pro tempore abriu o microfone para ouvir as considerações dos membros da FAIND.

O diretor da FAIND, professor doutor Eliel Benites, iniciou sua fala demonstrando a importância da faculdade, pois ele mesmo é egresso do Teko Arandu. “A continuidade da FAIND está relacionada à continuidade dos saberes indígenas, do universo cultural da população indígena. As políticas públicas devem dar respostas aos anseios da população, a lógica do Estado tem que estar à disposição da população e respeitando a diversidade cultural dos povos do Brasil”, enfatizou Eliel.

Os professores ainda argumentaram que ambos os cursos da FAIND oportunizam acesso à educação para pessoas de todo o Estado de Mato Grosso do Sul, e o amplo alcance territorial se traduz em mudanças e melhorias na qualidade de vida de populações das aldeias e de comunidades rurais. A procura pelos cursos nos últimos vestibulares demonstra que há centenas de indígenas e camponeses interessados em cursar o Ensino Superior na UFGD, a partir do regime de alternância. Ainda, os professores reforçaram que o ensino em regime de alternância é uma forma de garantir que o indígena ou o campesino não perca a ligação com a sua comunidade e seu território a partir do momento em que busca acesso à Educação Superior.

Entre as sugestões levantadas estão a construção de uma Casa de Alternância visando diminuir os custos de contratação de hospedagem para os estudantes; a adequação de algum prédio da UFGD que possa servir de alojamento; a elaboração de um estudo de custo de aluguel de espaço para alojamento; a elaboração de um levantamento sobre os procedimentos adotados pelas universidades federais que conseguiram inserir seus cursos interculturais na matriz orçamentária junto ao MEC; fazer contato com parlamentares de Mato Grosso do Sul em busca de verbas para custeio e investimentos que atendam aos cursos da FAIND; e a criação de uma comissão para dar sequência a essas atividades, independentemente da gestão que esteja à frente da UFGD.

O reitor pro tempore reforçou que está à disposição para colaborar com as iniciativas necessárias para viabilizar a manutenção dos cursos, mas que cabe à comunidade acadêmica da FAIND discutir e fazer as proposições que atendam aos seus anseios. Mais uma vez o reitor pro tempore citou o exemplo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), que conseguiu integrar os cursos de licenciatura intercultural em sua matriz orçamentária.  “Em momento algum falamos em fechar os cursos, pois essa possibilidade não está em discussão. O que estamos debatendo é: quais os meios para sustentar esses cursos?”. Lino ainda explicou que a proposta de como o curso deve ser, sugerindo as adequações que podem ser feitas para entrar na matriz orçamentária, devem partir do corpo docente e não cabem à Reitoria, pois na FAIND estão os atores sociais que conhecem a proposta e as características dos cursos.

 

AULAS DA LEDUC

A coordenação da LEDUC apresentou a demanda urgente de atendimento à próxima etapa presencial do curso, que vai iniciar na próxima semana. O encaminhamento adotado foi a criação de um comitê de emergência, com membros da FAIND e representantes da gestão. Esse comitê vai atuar em conjunto para atender a questões urgentes, buscando viabilizar essa etapa presencial. 

A hospedagem e a alimentação dos mais de 200 estudantes da LEDUC já está garantida. O almoço e a janta serão providenciados junto ao Restaurante Universitário, ao longo da semana de aulas. Os estudantes serão acomodados em hotel contratado pela UFGD, onde também serão feitas as refeições de café da manhã, bem como o almoço e a janta do fim de semana.

Jornalismo ACS/UFGD


 

reitor lino

"Em momento algum falamos em fechar os cursos", enfatizou o reitor pro tempore, Lino Sanabria
 

 




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