acessibilidade

Início do conteúdo da página
Maio
19
2025

UFGD participa de Trilha de Inovação mobilizando 400 estudantes e professores indígenas

  Atualizada: 19/05/2025
Durante a maratona, os grupos de estudantes foram desafiados a criar soluções para garantir o acesso à água nas aldeias Jaguapiru e Bororó

ufgd

Equipe organizadora com o grupo que conquistou o primeiro lugar
 

A Trilha de Inovação do Projeto Arandu Roky (Nascendo Ideias) reuniu cerca de 400 participantes, entre visitantes, estudantes e educadores indígenas, na Escola Municipal Indígena Tengatuí Marangatu, localizada na Aldeia Jaguapiru, em Dourados-MS, na última sexta-feira (16/05).

 

A ação integra as iniciativas do Ecossistema de Inovação de Dourados, do qual a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) é uma das instituições pioneiras, e teve como principal objetivo despertar o protagonismo juvenil por meio da inovação e do empreendedorismo.

 

Durante a maratona, 12 grupos formados por estudantes das escolas Estadual Intercultural Indígena Guateka – Marçal de Souza e Municipal Indígena Tengatuí Marangatu foram desafiados a criar soluções criativas para garantir o acesso à água nas aldeias Jaguapiru e Bororó.

 

Por meio da UFGD, o evento reafirma o papel da universidade pública como ponte entre os conhecimentos científico e tradicional e o desenvolvimento de soluções sustentáveis que partem das realidades e necessidades locais.

 

Quem acompanhou os grupos desde o início das reflexões ficou emocionado com a evolução dos argumentos apresentados ao final do dia. Segundo a representante da UFGD no Ecossistema de Inovação, professora Jane Mendonça, da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (FACE) foi muito gratificante ver os jovens tão envolvidos com as questões de desenvolvimento e buscando causar impacto social. “Hoje foi um dia muito intenso e superou nossas expectativas. Foi maravilhoso ver as 12 equipes apresentando ideias de solução, criadas por eles mesmos, a partir da realidade que estão vivenciando. Pode ser que as propostas pareçam simples aos nossos olhos, mas o grande ganho foi que eles pararam para refletir, analisar o problema e concluir que esse problema tem solução. Foi muito emocionante, realmente foi um dia de muitas realizações”, comemorou. 

Para a professora Vera Luci de Almeida, da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (FACE/UFGD), a realização da Trilha de Inovação foi um exemplo claro do potencial transformador da união entre os diferentes atores do Ecossistema de Inovação de Dourados. “Quando todos trabalham juntos, é possível alcançar resultados muito positivos”, avaliou a docente, ao destacar a importância da colaboração entre instituições e lideranças locais. 

Vera Luci ressaltou ainda o papel estratégico da universidade na promoção da extensão universitária. “Em atividades como esta, a UFGD cumpre sua missão de levar o conhecimento para fora da sala de aula e contribuir efetivamente para a solução de problemas enfrentados pela comunidade”, afirmou.

Nos próximos meses, o Projeto Arandu Roky terá continuidade com ações específicas voltadas à inovação junto aos professores das escolas indígenas. 


BUSCA POR SOLUÇÕES

ufgd

Apresentação do grupo GTK
 

 

Entre as ideias apresentadas pelos grupos para a banca de avaliação, estavam a preservação das nascentes, a conscientização para uso da água, a criação de cisternas para aproveitamento da água das chuvas, a abertura de poços artesianos e a instalação de novos encanamentos para interligar os poços. Os três vencedores foram os grupos: 1º lugar – “GTK”, premiado com uma viagem para a Campus Party, Festival de Tecnologia, Ciência e Inovação, em Brasília; 2º lugar – “Ikuã”, premiado com caixas de som; e 3º lugar – “Reavivar Nascentes”, premiado com kits escolares.

 

Kleuber Amarilha, representante do grupo GTK, considerou a experiência desafiadora e muito positiva. “Não foi fácil, porque primeiro tivemos que pensar sobre o tema principal, definir o contexto e pensar como trazer uma solução para o problema da falta de água para dentro da comunidade. Buscamos embasamento e fomos conseguindo definir o que seria necessário. Depois fomos nos questionando como fazer isso acontecer e assim fomos criando uma solução para apresentar”, contou.

 

O diferencial do grupo Ikuã foi ter escolhido o teatro como formato para apresentação da sua ideia. “Nós escolhemos fazer uma peça para poder dizer pela arte o que acontece na minha vida e da vida de todos da comunidade. O que nós estamos passando, transformamos em teatro, ensaiamos e apresentamos aqui para mostrar a nossa história”, disse Cibele Morales. 

 

A mentora Denise Silva, CEO da BRUACA, explicou que os conhecimentos tradicionais podem ser aliados da inovação quando se compreende a inovação como uma solução encontrada para melhorar a vida das pessoas. “Com o conhecimento tradicional, nós podemos verificar muitas estratégias de se relacionar com o meio ambiente e em sociedade. No caso deste evento, o problema vivenciado é a falta de água. Às vezes, quem está lá na cidade não tem o conhecimento do território que a própria comunidade tem, ou das implicações culturais dentro do território para pensar qual seria o melhor caminho. Então, nesse ponto, o conhecimento tradicional aliado à inovação busca prioritariamente melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, ou na visão indígena garantir o ‘bem viver’ para a população indígena”, explicou.

Nesta primeira etapa, a maratona contou com apoio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de MS (Fundect-MS), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. 

De acordo com o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc, o evento exemplificou a aplicação prática de políticas públicas de inovação inclusiva. “O mapeamento e a consolidação dos ecossistemas de inovação fazem parte do tripé Ciência, Tecnologia e Inovação, um dos objetivos estratégicos do Planejamento do Governo do Estado. Projetos como este promovem inovação inclusiva ao abordar problemas reais das comunidades, como a falta de água nas aldeias de Dourados. A metodologia do Sebrae que foi aplicada permite criar tecnologias sociais que podem ser replicadas em outras comunidades. Com isso, promovemos o empoderamento da população, incentivando-a a buscar soluções para seus próprios desafios”, destacou.

 

A programação do evento foi realizada das 8h às 17h, formada pelos seguintes momentos: abertura cultural com o Grupo de Dança e Teatro VY’A, mostra de projetos do Ecossistema de Inovação de Dourados, formação dos grupos e desenvolvimento das ideias, rodízio com mentores ,apresentações finais das soluções levantadas, avaliação e premiação das melhores propostas.



Jornalismo ACS/UFGD
 

ufgd

 
 

ufgd

Banca avaliadora
 

ufgd

Momento de apresentação das propostas
 

ufgd

Reunião com visitantes
 

ufgd

Atividades dos grupos
 

ufgd

Atividades dos grupos
 

UFGD

Mostra de projetos dos membros do Ecossistema Local de Inovação

 

 
 

 

 




"
"