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Dezembro
27
2022

​UFGD aprova projeto junto ao CNPq para o desenvolvimento de novos antibióticos contra bactérias multirresistentes

  Atualizada: 27/12/2022
O investimento será de R$ 3 milhões e a pesquisa será executada pela UFGD em parceria com 12 instituições nacionais e internacionais

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A professora Simone Simionatto coordena o Grupo de Pesquisa em Biologia Molecular de Microrganismos que atua desde 2018 com reposionamento de fármacos
 

 
O projeto, intitulado “Abordagens de baixo custo baseadas em triagem virtual e planejamentos de novos hits para controlar a disseminação de bactérias multirresistentes”, prevê o desenvolvimento de novos antibióticos para bactérias de difícil tratamento, que passaram por mutações genéticas e apresentam resistência a pelo menos três classes de antibióticos comerciais e, por isso, são chamadas de bactérias multirresistentes.
 
A pesquisa é coordenada pela professora Simone Simionatto, da Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e foi aprovada na Chamada CNPq/MCTI/CT - Saúde nº 52/2022, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Simone é bióloga, doutora em Biotecnologia na área de produção de vacinas recombinantes e líder do Grupo de Pesquisa em Biologia Molecular de Microrganismos.
 
Para o desenvolvimento da pesquisa serão investidos aproximadamente R$ 3 milhões. Serão destinados R$ 2 milhões para testes pré-clínicos de fase 1 para dois candidatos a antibióticos, mais de R$ 400 mil serão investidos para prover os laboratórios da UFGD de novos equipamentos e o restante será aplicado em bolsas para os estudantes (graduação e pós-graduação). Com previsão de realização em 24 meses, o projeto já foi contratado pelo CNPq e os recursos estão disponíveis, já que o resultado da seleção foi publicado em 7 de dezembro.
 
“Foi um edital foi muito concorrido, e é motivo de muita satisfação para nós concorrermos com grandes universidades e centros de pesquisa do País e sermos agraciados com a aprovação deste projeto. É um reconhecimento de nossos esforços, pois mesmo com todas as dificuldades e cortes nos investimentos, nos empenhamos em fazer pesquisa de qualidade e contribuir para a melhoria da saúde de nossa comunidade e de nosso País. Entre outras coisas, esse recurso aprovado irá oportunizar a aquisição de novos equipamentos para os laboratórios da nossa instituição, qualificando ainda mais as pesquisas que estamos realizando na UFGD, além de oportunizar a formação de recursos humanos e a interação entre grupos de pesquisa nacionais e internacionais”, comemora Simone Simionatto.
 
A Chamada CNPq/MCTI/CT - Saúde nº 52/2022 tem o objetivo de apoiar “ações em ciência, tecnologia e inovação para o enfrentamento da resistência antimicrobiana (RAM)” que contribuam com o avanço do conhecimento na área, além de gerar dados que possam servir de subsídio para o enfrentamento da resistência antimicrobiana no âmbito do sistema de saúde brasileiro.
 
A seleção de projetos ocorreu através de seis linhas temáticas, que receberam cerca de 200 propostas de vários estados brasileiros. A proposta da UFGD foi uma das 19 aprovadas e está na linha 5, que por sua vez aprovou somente três projetos. A linha 5 é denominada “Ensaios clínicos de fase I para o desenvolvimento de novos antibióticos e/ou aprimoramento de antibióticos já existentes” e seu foco é a produção em escala industrial, por isso priorizou propostas que apresentassem parcerias com indústrias e empresas do setor farmacêutico.
 
SOBRE O PROJETO

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Atuação da professora Simone em laboratório da FCBA
 

Representada pela professora Simone Simionatto, a UFGD é a instituição executora. Para a realização do projeto, a professora estabeleceu parcerias nacionais e internacionais, articulando 10 instituições de ensino e pesquisa, centros de infectologia e laboratórios privados brasileiros, além de uma universidade dos Estados Unidos e outra do Canadá. “Esse projeto envolve várias etapas e a colaboração entre as instituições é bastante produtiva, pois possibilita a troca de experiências, qualifica as pesquisas e viabiliza testes que às vezes não somos capazes de desenvolver em universidades novas e fora dos grandes centros, como é o caso da UFGD”, destaca a docente.
 
De forma geral, estima-se que todo o processo de pesquisa e desenvolvimento de um novo medicamento demore em torno de 10 a 12 anos, desde o planejamento até a comercialização. Para reduzir tempo e custo, o projeto buscará agregar valor científico e tecnológico ao processo, utilizando estratégias de química medicinal para criar novos fármacos, que são os princípios ativos, ou seja, as principais substâncias da formulação dos medicamentos, fazer diferentes combinações entre eles e descobrir candidatos a fármacos ainda não foram reportados na literatura.
 
Desde 2018, o Grupo de Pesquisa em Biologia Molecular de Microrganismos atua na área de reposicionamento de fármacos e os testes identificaram drogas com atividade antimicrobiana com resultados promissores na fase pré-clínica, que estão em processo de depósito de patente. “O investimento da Chamada CNPq/MCTI/CT - Saúde nº 52/2022 possibilitará dar continuidade aos experimentos clínicos e ampliar o arsenal de drogas reposicionadas a serem avaliadas, contribuindo no enfrentamento da resistência antimicrobiana”, afirma a coordenadora do projeto.
 
Conheça um pouco dos trabalhos do grupo de pesquisa em: https://pytescience.com/ 
 
PARCEIROS
De forma a criar um grupo de pesquisa multicêntrico e interdisciplinar voltado à pesquisa e ao desenvolvimento de novos antimicrobianos contra bactérias multirresistentes, foram estabelecidas parcerias entre a UFGD e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul  (UFMS), a Secretaria de Estado de Saúde de MS, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a Universidade Evangélica de Goiás (UniEvangélica), o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), o Centro de Infectologia Charles Mérieux, de Rio Branco (AC), a Stanford University (Califórnia, Estados Unidos) e a University of Guelph (Ontario, Canadá).
 
O projeto conta com colaboração do Laboratório Teuto Brasileiro, de Anápolis (GO), pioneiro na fabricação de medicamentos no Brasil e o Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF), de Goiânia (GO), credenciado para os testes clínicos de fase 1. As referidas parcerias foram constituídas com o objetivo de potencializar a capacidade científica da equipe, de forma a ampliar o escopo da pesquisa e de tornar factível a execução das atividades propostas.
 
Jornalismo ACS/UFGD com informações do MCTI
 

 

 



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