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2025
Livro disponibilizado na internet reúne práticas e reflexões de professores sobre inclusão nas escolas
Até 2015, era comum no Brasil que crianças com deficiência fossem segregadas em instituições especializadas, longe do convívio com colegas da mesma faixa etária. A partir da aprovação da Lei Brasileira de Inclusão (Lei Federal nº 13.146), esse cenário começou a mudar, garantindo o direito de crianças e adolescentes com deficiência, transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotação de frequentarem escolas regulares, com direito ao Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Uma década depois, embora haja avanços, os desafios da educação inclusiva ainda são muitos. Para contribuir com a superação desses obstáculos, docentes e cursistas do curso de Gestão Inclusiva na Educação Especial (GIEE), ofertado pelo Grupo de Pesquisa de Ocupação de Vagas Efetiva da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados (GPOVE/FACE/UFGD) em parceria com a Rede Nacional de Formação Continuada de Professores (RENAFOR/MEC), organizaram o livro digital "Escolas Inclusivas: Práticas e Reflexões de Docentes".
A publicação reúne experiências, sugestões de atividades, campanhas informativas e análises teóricas feitas por mais de 280 professores, diretores, profissionais de apoio da rede pública, privada de ensino dos municípios de Dourados, Fátima do Sul, Itaporã, Rio Brilhante, Vicentina, Caarapó e Ponta Porã.
Práticas e ações pedagógicas
Dois capítulos da obra apresentam jogos pedagógicos voltados ao público da educação especial, como o capítulo 1, que propõe atividades para auxiliar crianças com transtorno do espectro autista na construção do sistema alfabético e ortográfico. Já no capítulo 9, é apresentado o jogo "Luna e o Reino das Sombras", criado por cursistas para apoiar o desenvolvimento de crianças autistas com necessidades de suporte moderado.
O livro também destaca experiências locais, como o estudo apresentado no capítulo 2, que analisa o atendimento educacional inclusivo na rede municipal de Itaporã, contribuindo com dados e sugestões para o aprimoramento de políticas públicas.
Também há capítulos com sugestões de práticas pedagógicas, como o capítulo 15, que apresenta um plano de ação para o AEE, e o capítulo 19, que propõe estratégias para promover a interação social de alunos com autismo. Os capítulos 5 e 11 trazem sugestões de materiais adaptados e atividades inclusivas para professores de apoio.
Campanhas informativas e reflexões teóricas
Três capítulos sugerem campanhas educativas visando sensibilizar a comunidade escolar para melhor acolher os alunos com necessidades especiais. O capítulo 7 apresenta sugestões de panfletos e cartazes educativos sobre os desafios da inclusão escolar, enquanto o capítulo 8 propõe uma campanha sobre o direito e o respeito às pessoas com deficiência. No capítulo 16, é sugerida a elaboração de material informativo sobre o Plano Educacional Individualizado (PEI), instrumento essencial na adaptação do ensino para estudantes com deficiência.
Os capítulos 4 e 13 trazem relatos de professores sobre os desafios cotidianos enfrentados em sala de aula, como a falta de formação adequada para lidar com as necessidades específicas de seus alunos.
Outros capítulos se dedicam a análises teóricas sobre temas como a gestão escolar inclusiva (capítulo 3), políticas públicas (capítulo 4), tecnologias assistivas (capítulo 6) e formação continuada (capítulo 18). O capítulo 17 apresenta um mapeamento de publicações científicas sobre inclusão, e o capítulo 12 discute a aplicação da teoria dos grupos operativos.
Próxima formação em educação inclusiva
Em breve, o Grupo de Pesquisa de Ocupação de Vagas Efetiva da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados (GPOVE/FACE/UFGD) abrirá inscrições para o curso de extensão "Práticas Pedagógicas na Perspectiva da Educação Inclusiva – Capacitação para Gestores, Professores e Comunidades Indígenas", com polos em Itaporã e Fátima do Sul.
O curso, com carga horária de 180 horas, será ofertado na modalidade semipresencial e abordará seis módulos temáticos, com conteúdos sobre legislação, tecnologias assistivas, gestão de recursos, práticas pedagógicas interculturais e estratégias para superar barreiras à inclusão. O curso é voltado a professores, gestores escolares e lideranças comunitárias indígenas das redes municipal, estadual e federal da região da Grande Dourados.
Jornalismo ACS/UFGD
Obra digital é resultado de curso oferecido pelo Grupo de Pesquisa de Ocupação de Vagas Efetiva da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados GPOVE/FACE/UFGD, coordenado pela Profª Drª Jane Corrêa Alves Mendonça em parceria com a RENAFOR/MEC e traz experiências de mais de 280 docentes da região da Grande Dourados.