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Setembro
15
2017

Equipamento de refrigeração desenvolvido na UFGD recebe selo Destaque em Inovação

  Atualizada: 19/09/2017
Novidade no Brasil, além de otimizar produção de grãos evitando perdas por ataques de insetos, diminui a necessidade de agrotóxicos

O sistema de resfriamento de grãos é utilizado com eficiência e viabilidade comprovada nos Estados Unidos desde a década de 70. No Brasil, porém, isto ainda é novidade e professores e estudantes da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) acabam de ter seu trabalho reconhecido por desenvolverem um equipamento diferenciado na área: o Sistema Autônomo de Resfriamento de Grãos.
 
Durante participação na FEBRAVA 2017 (Feira Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), que acontece a cada 2 anos e recebe expositores do mundo inteiro, a equipe da UFGD foi contemplada com o selo Destaque em Inovação da Feira, concedido apenas a empresas que apresentam inovação no seguimento de refrigeração.
 
Como funciona
O Sistema Autônomo de Resfriamento de Grãos é um equipamento concebido para resfriar e controlar as condições de armazenagem dos grãos, evitando perdas por ataques de insetos e a chamada quebra técnica, que é quando o produto perde umidade excessivamente, ficando com um teor abaixo do valor de comercialização, que é de 14%.
 
De acordo com o coordenador do projeto, professor Rodrigo A. Jordan, a grande novidade está no sistema de controle – especificamente no algorítimo utilizado no controlador lógico - capaz de ler tanto as condições no interior do silo quanto as condições do ar que entra no equipamento, modulando, assim, as condições do ar de saída através da equação de umidade de equilíbrio, de forma a manter estáveis os valores de umidade relativa (14%) e temperatura do ar (15°C).
 
“Como o frio é um inibidor de atividade, os insetos que infestam e deterioram a massa de grãos não se desenvolvem. O que acarreta, consequentemente, na redução do uso de agrotóxicos”, afirma Rodrigo. O equipamento possui, ainda, um sistema de esterilização do ar baseado em tecnologia ultravioleta combinada com metais nobres, o que promove a ionização do ar e converte a umidade presente neste em peróxido de hidrogênio. Com isso, tem-se um ar frio e livre de bactérias e fungos, o que melhora muito a conservação dos grãos.
 
Ainda de acordo com o professor, o projeto é passível de pedido de patente e, durante a feira, várias empresas demonstraram interesse em participar do processo de transferência de tecnologia para fabricação e colocação do mesmo no mercado.
 
Nelson Baptista, presidente da comissão organizadora da FEBRAVA, durante a entrega do selo, fez questão de registrar a satisfação em receber a UFGD no maior evento do setor em toda a América Latina e um dos seis maiores do mundo.
 
Já para Eduardo Doria, organizador do estande Cadeia do Frio, o equipamento apresentado pela Universidade atende plenamente o tema da ilha deste ano: Inovação e Sustentabilidade Lucrativa. “A produção de grãos é uma das bases da economia brasileira, então precisamos reduzir desperdícios e aumentar a produtividade”, complementou Eduardo.
 
No total, estiveram presentes na FEBRAVA cerca de 300 expositores em uma área de 50 mil m², com cerca de 35 mil visitantes de todo o Brasil, além de países latino americanos e europeus.
 
O projeto
Em 2015, a equipe da UFGD apresentou o projeto com o conceito do equipamento no CONBRAVA (Congresso Brasileiro de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) e, na ocasião, foi a única universidade convidada para expor na Feira.
 
Esse projeto do Sistema Autônomo conta com a colaboração dos professores André Goneli, Valdiney Cambuy Siqueira e Elton Aparecido Martins Siqueira, todos da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA/UFGD), além da participação de dois alunos do Programa de Pós-graduação em Engenharia Agrícola, Maurício Batilani e Ricardo Lordelo, sendo, o equipamento, foco do trabalho de mestrado deste último.
 
Segundo o coordenador do projeto, tanto o desenvolvimento do equipamento quando a participação na feira foram possíveis por meio da colaboração de empresas privadas, cujas doações já ultrapassaram a casa dos R$ 10 mil.



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