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Janeiro
22
2021

Em meio à pandemia, amor pela ciência supera incertezas e novos profissionais comemoram graduação em Medicina na UFGD

  Atualizada: 22/01/2021
Mesmo com todos os desafios e as adaptações necessários, 39 novos médicos e médicas concluíram a formação nesta sexta-feira (22/01), em cerimônia remota de colação de grau

Uma cerimônia rápida, simples e inesquecível. Para os 39 novos médicos e médicas formados hoje (22/01) pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), nada foi tão esperado quanto os breves minutos que passaram em frente a celulares e computadores nesta manhã de sexta-feira.
 
A distância, por conta das medidas de biossegurança pela prevenção à covid-19, cada formando adaptou e criou sua própria solenidade. No escritório, na sala ou no quarto, com roupa de festa ou no conforto de uma camiseta. Com balões, cartazes, flores, chuvas de papel picado e, ao fundo, o som da comemoração em família. Houve, também, quem esteve longe de quem ama, porém, em conexão constante pela internet, que proporcionou que parentes e amigos, em qualquer lugar do mundo, acompanhassem o evento em tempo real.
 
Presidida pela reitora pro tempore da UFGD, Mirlene Damázio, foi a segunda colação de grau do curso de Medicina realizada por videoconferência desde que a pandemia teve início, em março de 2020. A cerimônia foi transmitida pelo canal da instituição na plataforma YouTube e está disponível em gravação para quem quiser assistir.
 
DESAFIOS SEM PRECEDENTES
 
Se passar no vestibular para o curso de Medicina é um desafio, imagine, então, após todo o esforço feito pela aprovação, percorrer os cinco primeiros e intensos anos de graduação e chegar à última fase da jornada em meio a uma pandemia sem precedentes. “De forma alguma imaginaria, lá no meu primeiro ano de faculdade, que me formaria em tais condições”.
 
A afirmação é da ex-acadêmica, agora médica, Marize Teixeira Vitório, de 23 anos. Nascida em Cuiabá (MT) e com família em Santo Antônio de Leverger, também em Mato Grosso, ela se mudou para Dourados para cursar Medicina na UFGD e não esperava viver tantas experiências em um só ano, ainda mais no último da tão sonhada graduação.
 
“Depois de anunciada a pandemia, foram setes meses que estivemos parados, sem aulas. Quando retornamos, com aulas remotas, no mês seguinte voltamos à prática, em outubro, e apesar do entendimento das medidas de segurança, particularmente, não teve como esconder a preocupação”, conta a formanda.
 
Para o estágio nas unidades de saúde – o internato, como é chamado o período dos quinto e sexto anos do curso de Medicina – os estudantes receberam reforço nos equipamentos de proteção individual (EPIs) e foram orientados, tanto pela UFGD, quando no Hospital Universitário, como pelas outras instituições de saúde onde atuaram, a seguirem rigorosamente as medidas de biossegurança.
 
“No início tivemos bastante medo. Como se comportar, sem contaminar ou transmitir o vírus a alguém? Mas como tenho família que mora longe, fiquei um pouco mais tranquila com relação a isso”, revela Marize. Ela explica que tudo foi muito bem organizado pela coordenação do curso para que os acadêmicos estagiassem sozinhos nos ambientes de prática, alternando os turnos e evitando aglomerações.
 
Dificuldades e incertezas à parte, o interesse e a curiosidade pela ciência, bem como o gosto por lidar com as pessoas falaram mais alto. “Hoje vejo a Medicina e as demais áreas da saúde como práticas em aliviar o sofrimento, de alguma forma”, avalia a médica que, quando questionada sobre seus sentimentos após a “missão cumprida”, os resume em alegria pela conquista, preocupação pela entrada no mercado de trabalho e pelos novos desafios, e saudade pelos momentos compartilhados com os amigos e os servidores da UFGD.
 
“Pretendo permanecer em Dourados, por enquanto, e atuar na saúde pública, mas aguardo o que a vida vai me proporcionar. Há algum tempo, jamais imaginaria estar nesta cidade maravilhosa, a qual sou eternamente grata. Veremos para onde a vida me levará em breve”, conclui.
 

Marize

Marize durante a cerimônia de colação de grau desta sexta-feira

HISTÓRIAS DIFERENTES QUE CONVERSAM ENTRE SI

Em plena pandemia, uma das maiores demandas de estados e municípios é a contratação de profissionais de saúde para atuarem nos diferentes serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, principalmente, estarem na linha de frente do combate ao novo coronavírus.
 
Um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo, pautado pela universalidade do acesso, pela integralidade da atenção e pela gratuidade do atendimento, o SUS completou 30 anos em 2020 e, cada vez mais, tem atraído a força de trabalho de recém-formados, em contraponto à opção pela atuação exclusiva na saúde suplementar e na rede privada de saúde, vigente décadas atrás.
 
Com 24 anos, a formanda Brenda Barzotto Arnold percebe essa nova mentalidade entre os colegas médicos e médicas. “Acredito que a maioria atuará na saúde pública. Metade da turma está prestando provas para residências e a outra metade decidiu tirar um tempo para trabalhar antes da próxima formação. Alguns têm perfil para posto de saúde, outros para pronto-socorro, geralmente ambientes pertencentes à rede do SUS. Até mesmo os locais de residência escolhidos pela maioria, têm atuação pelo SUS”, explica.
 
Para ela, esse movimento em muito se deve à nova formatação das turmas de estudantes de Medicina possibilitada pelas políticas de ações afirmativas adotadas pelas universidades públicas. “As cotas permitiram que realidades e histórias diferentes conversassem entre si dentro do espaço universitário e isso contribui, pelo que me parece, com uma maior preocupação sociocultural. Além disso, o movimento estudantil, as aulas sobre a construção da nossa saúde pública e o estágio em saúde indígena colaboram para essa mudança de mentalidade”, afirma Brenda que, junto do pai e da mãe, em casa, também recebeu o grau de médica nesta manhã.
 
Aguardando os resultados das provas para residência médica que prestou em outro estado, ela é categórica ao afirmar que sua pretensão é, sem dúvidas, atuar na rede pública e, quem sabe, dar aulas em cursos de Medicina no futuro. “Mesmo com todos os medos envolvidos, a vontade de trabalhar e poder fazer jus a essa profissão tão bonita é maior”, destaca.
 
Coordenadora do curso de Medicina da UFGD, a docente Paula Santos de Souza diz que a graduação segue as diretrizes curriculares nacionais e é um curso voltado para a formação de um profissional humanístico, que trabalhe no serviço de atenção básica de saúde e, preferencialmente, no SUS.
 
“Em nosso município e no entorno, trabalhamos com ambientes da rede pública de saúde como cenários de prática, como é o caso dos hospitais da Vida e Universitário, das UBSs e da UPA. E apesar dos desafios encontrados no período da pandemia, justamente com relação aos processos de prática, que tiveram de ser modificados, nossos alunos têm o preparo que se espera de um egresso: formação humanística e voltada ao atendimento no SUS”, orgulha-se a professora, que também é ex-aluna do curso de Medicina da UFGD.
 
Ela se recorda que teve o primeiro contato com os formandos de hoje em 2017, quando ministrou aulas na disciplina de Propedêutica, e voltou a encontrá-los no ano passado, no difícil e conturbado período de estágio em plena pandemia.
 
“A pandemia deixou os ânimos de todos muito alterados, mas pude perceber que serão profissionais com senso de responsabilidade e de compromisso para com os pacientes. Minha mensagem, no entanto, é que sempre que estiverem atendendo alguém, ouvindo uma queixa e pensando num diagnóstico, é que façam isso com muita responsabilidade e muito amor, que consigam se lembrar da parte técnica que aprenderam durante os seis anos na Universidade e que consigam, também, utilizar o estado da arte, uma expressão excelente quando se fala em Medicina”, anseia a coordenadora.
 

Brenda

Brenda e os pais comemorando a graduação em Medicina  

MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA
 
A Universidade, em busca de seguir as orientações das autoridades públicas de saúde, garantindo o isolamento social e evitando aglomerações para conter a disseminação comunitária da covid-19, já formou 270 estudantes de graduação nos últimos meses, em oito solenidades on-line.
 
Os eventos são realizados no formato de videoconferência – entre a mesa diretiva e os formandos – por meio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e contam com apoio da Faculdade de Educação a Distância (EaD) da UFGD.
 
Jornalismo ACS/UFGD
 

colação

Print de momento da solenidade
 

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Acervo pessoal dos formandos
 

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