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Julho
22
2016

Relato de experiências marcou o encontro do Núcleo de Diversidade de Gênero e Sexual

  Atualizada: 22/07/2016
A participação com relato das experiências de Paula Ribeiro dos Santos Orue, delegada titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Dourados, e de Nosli César de Jesus Bento, acadêmica transexual do curso de Pedagogia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), como convidadas da 5ª reunião ordinária do Núcleo de Estudos de Diversidade de Gênero e Sexual (NEDGS), foi o diferencial do encontro realizado na última quinta-feira, 21 de julho.  

Na oportunidade, o NEDGS empossou a delegada como membro titular do Núcleo, na categoria de representante da sociedade civil. Após sua posse, a delegada falou sobre sua experiência profissional, enfatizando todos os procedimentos adotados na Delegacia.

Além disso, Paula Orue destacou que neste ano já foram registradas 766 ocorrências, sendo que 580 continuam em atendimento. A estimativa é de que até o final de 2016 esse número chegue a 1500 ocorrências. A maioria dos casos é de violência doméstica contra a mulher e alguns casos são de estupro de vulneráveis.

"A única coisa que quebra o ciclo da violência doméstica contra a mulher é o empoderamento da mesma com o fortalecimento de sua autoestima", afirmou a delegada.

Paula Orue também ressaltou a necessidade de mais investimentos nas políticas públicas e na rede de atendimento à mulher para dar melhores condições de atendimento às mulheres vitimizadas.

Já a acadêmica transexual douradense Nosli Bento fez uma narrativa vivencial, elencando as dificuldades, medos, preconceitos e superações em seu processo de subjetivação, ou seja, de sua constituição, enquanto pessoa, ao longo da vida.

De forma leve e consistente, sua exposição emocionou o público presente. Durante sua abordagem, mostrou como foi preciso que ela se reinventasse ao longo da sua trajetória e enfatizou a sua luta constante para ultrapassar os preconceitos.

Mesmo mostrando as dificuldades enfrentadas durante sua vida, reforçou o quanto o trabalho e o estudo foram importantes para superar as realidades preconceituosas, castradoras e, por vezes, doentias. "O trabalho e o estudo foram minha tábua de salvação", enfatizou. Com isso não sucumbiu às adversidades e conquistou uma visibilidade social positiva e diferente daquela que liga, automaticamente, o fenômeno da travestilidade a questões de prostituição e drogas.

Para o coordenador do NEDGS, Prof. Dr. Miguel Gomes Filho, gradativamente, o Núcleo de Estudos de Diversidade de Gênero e Sexual tem se institucionalizado na UFGD e contribuído com estudos e produção de conhecimento. Acredita que tais estudos, a curto, médio e longo prazo vão possibilitar a desconstrução de visões reducionistas e estereotipadas da realidade. "É somente por meio da educação que conseguiremos desfazer preconceitos, diluindo ignorâncias por meio do estudo aprofundado e diálogo esclarecedor", defendeu o coordenador.
 
Informações
 
E-mail: nedgs@ufgd.edu.br
Site: http://portal.ufgd.edu.br/setor/nedgs/index
 
Fonte: NEGDS



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