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Fevereiro
20
2017

Indígenas de MS são tema de pesquisa em Santa Catarina

  Atualizada: 20/02/2017
Você já foi bolsista de algum projeto de pesquisa? Iniciação científica, mestrado, doutorado, pós-doutorado. São muitas as categorias de bolsas de estudos no Brasil e fora do país também. Em Mato Grosso do Sul, a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect) é responsável por administrar os recursos do Governo do Estado para fomentar pesquisas científicas, além de recursos federais por meio de parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Em 2017, iremos apresentar alguns pesquisadores que receberam bolsa de mestrado e que deram continuidade aos estudos ou que estão aplicando os conhecimentos na sala de aula.
A primeira dissertação é de Diógenes Egidio Cariaga, que estudou  "As transformações nos modos de ser criança entre os Kaiowa em Te'ýikue, Caarapó - MS (1950-2010)". Ele recebeu bolsa vinculada à seleção de 2009 com o projeto orientado pelo Prof. Dr. Levi Marques Pereira, na linha de pesquisa de História Indígena do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Grande Dourados.

“O projeto de pesquisa de mestrado tinha como foco os efeitos da extensão das políticas de direitos das crianças e dos adolescentes no contexto da vida entre as famílias na Aldeia Te'ýikue, na Terra Indígena Caarapó”, explica Diógenes. Considerando que o estudo buscava articular fontes documentais com a pesquisa etnográfica como uma contribuição para a história indígena, a interlocução em campo com as famílias kaiowa e guarani guiou uma discussão acerca das transformações geracionais. Os resultados apontaram que "diante da intensificação das relações com a sociedade nacional, muitas políticas de Estado produziram múltiplos efeitos na socialidade kaiowa e guarani nos séculos XX e XXI".

“A possibilidade de desdobrar reflexões antropológicas sobre as questões da política indigenista em Mato Grosso do Sul, Estado em que a vulnerabilidade e a insegurança alimentar são acentuadas pelas questões fundiárias, pensar em como políticas públicas no âmbito da promoção e proteção dos direitos das crianças e adolescentes possam garantir melhorias na vida das famílias e não se tornar uma ação de intervenção foi parte do trabalho que desenvolvi como assistente da Coordenação Regional da FUNAI em Dourados, entre 2011 e 2014 em cooperação com o Programa Conjunto de Segurança Alimentar e Nutricional de Mulheres e Crianças Indígenas, financiado pela Organização das Nações Unidas”, relata o pesquisador.

Por meio dessa cooperação foram realizadas muitas atividades de formação, debates e articulação entre redes de operadores de direitos, pesquisadores e lideranças indígenas com o intuito de qualificar as ações no atendimento às violações de direitos contra as crianças kaiowa e guarani.

Atualmente, o pesquisador está entre os doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina. “Desenvolvo questões colocadas ainda no mestrado a respeito dos modos de criatividade e regimes de reciprocidade entre os kaiowa em MS, com foco nas transformações nos modos e estilos de liderança”, explica. A pesquisa conta com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Brasil Plural e é orientada pela Profa. Dra. Antonella Tassinari no Núcleo de Estudos de Povos Indígenas (NEPI/PPGAS/UFSC). A tese tem como previsão de defesa o primeiro semestre de 2018.

A pesquisa conta com a participação de outras redes de pesquisa como o Instituto Brasil Plural, vinculado ao CNPq, com apoio das FAPs de Santa Catarina e do Amazonas, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Antropologia da Criança (LEPAC/UFSCar), liderado pela Profa. Dra. Clarice Cohn e com o Grupo de Pesquisas em Etnologia e História Indígena, coordenado pelos docentes Prof. Dr. Levi Marques Pereira (FAIND/UFGD) e Profa. Dra. Aline Crespe (FCH/UFGD).

Formação de Recursos Humanos
O investimento na formação de recursos humanos é fundamental para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação em todo o mundo. Várias são as agências que oferecem bolsas de estudos para que os pesquisadores possam dedicar tempo integral a sua pesquisa. No Brasil, as principais são a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs).
 
Texto: Bianca Iglesias - Fundect
Fotos: Arquivos do pesquisador
 



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