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Outubro
07
2016

Abertura do Seminário Internacional Etnologia Guarani discutiu o processo educacional no contexto indígena

  Atualizada: 07/10/2016

A abertura do Seminário Internacional de Etnologia Guarani foi realizada nesta quinta-feira (06), no cineauditório da UFGD, e contou com a participação da reitora Liane Calarge e do vice-reitor Márcio Eduardo Barros. O pesquisador Bartomeu Meliá, um dos pioneiros na literatura sobre educação indígena no Brasil, também esteve presente. O Seminário foi pensado como um espaço de intercâmbios entre as experiências de trabalho de campo e as abordagens teóricas.

A mesa inaugural foi composta pelos professores  Eliel Benites (UFGD), Marta Azevedo (Unicamp) e Dominique Gallois (USP), com mediação de Antonio Dari Ramos (UFGD). Abrindo as palestras, Marta Azevedo fez um breve histórico do percurso da educação indígena no Brasil, desde os anos 70, com as experiências missionárias cristãs e as escolas da Funai. Nessa época, o objetivo era integrar os indígenas à cultura urbana brasileira, com a base da educação sendo a mesma que era ensinada às crianças não indígenas. Posteriormente, começaram a surgir experiências nas universidades, com organizações não governamentais e mesmo dentro das igrejas, de valorização da própria cultura indígena como matéria de estudo e aprendizado.

A professora Dominique Gallois foi a segunda palestrante do dia e focou sua fala em uma análise antropológica do processo de formação indígena. Segundo ela, mais do que a articulação dos conhecimentos, é necessária uma contraposição radical. Dominique questionou a ideia de que apenas o conteúdo das aulas deve ser relacionado aos modos de vida indígenas. Na análise dela, devem ser questionadas as formas de ensino e até mesmo o planejamento do calendário escolar para que se adaptem às maneiras de construção da realidade dos povos indígenas.

O professor Eliel Benites fechou a manhã de palestras falando sobre a visão dos índios guarani sobre o processo de aprendizagem. Eliel, que pertence à etnia, relatou a crise de gerações que existe atualmente entre os guaranis. Segundo ele, as gerações mais velhas passaram a responsabilidade da continuidade das tradições aos mais novos. No entanto, esses indígenas mais novos anseiam por conhecimento formal - o que acaba por gerar um desejo de se integrarem à população urbana.

O seminário se encerra no sábado e terá ainda diversas apresentações nos Grupos de Trabalho que estão ocorrendo na Faculdade Intercultural Indígena (FAIND) e na Faculdade de Ciências Humanas (FCH) da UFGD. A programação completa e demais informações podem ser encontradas no endereço facebook.com/etnologiaguarani/.