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Dezembro
07
2015

Abertura de Seminário sobre a Base Nacional Curricular discutiu mudanças nas políticas de ensino no Brasil

  Atualizada: 07/12/2015
Nesta segunda-feira (07) teve início o Seminário sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na UFGD. A solenidade de abertura oficial contou com apresentação teatral de alunos do curso de Artes Cênicas. Saudando o início dos trabalhos, a mesa de abertura foi formada por Paula Padovese (PROGRAD), Noêmia Moura (PIBID), Rozanna Muzzi (COMFOR), além do vice-reitor Márcio Eduardo de Barros.
 
A palestra inicial foi proferida pela professora da UFGD Flaviana Gasparotti Nunes, doutora em Geografia, que explicou detalhadamente como surgiu e quais os propósitos da Base Nacional Comum Curricular. Foram citados como marcos legais do BNCC o artigo 210 da Constituição Federal de 1988 e a lei 9.394, de 1996, que estipulam a criação de uma base curricular comum para toda a federação. O texto preliminar da Base Nacional foi produzido tendo como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, os documentos curriculares de estados e municípios e o conhecimento produzidos por especialistas em educação básica de universidades de todos os estados do Brasil.
 
Segundo Flaviana, que foi uma das especialistas que contribuiu com a confecção do texto preliminar da BNCC, a Base Nacional está sendo estruturada sobre quatro áreas principais: Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza. O objetivo é superar a fragmentação na abordagem do conhecimento escolar por meio de sua integração e contextualização, sem com isso deixar de respeitar as especificidades curriculares de cada região.
 
Paulo Eduardo Dias de Mello, doutor em educação e professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), falou após a apresentação de Flaviana. Sua palestra ressaltou os aspectos políticos envolvidos no debate sobre as matrizes curriculares no Brasil. O professor comparou bases curriculares de várias regiões do Brasil, em um período de tempo que vai desde o século XIX até os dias de hoje, com o intuito de mostrar como as diversas concepções de mundo acabaram por gerar as disciplinas que eram oferecidas como essenciais no processo de aprendizado de crianças e adolescentes em cada época. O professor caracterizou como falsa a ideia de construção de uma base curricular eminentemente em cima de critérios técnicos, sem que traga em seu bojo uma concepção ideológica a respeito da educação. Nesse aspecto, Paulo ressaltou a influência que interesses econômicos e mercadológicos exercem sobre a definição das políticas curriculares.
 
Após as palestras, um debate foi realizado pela mesa com participação do público presente ao Cine Auditório da UFGD. O Seminário sobre a Base Nacional Comum Curricular continuou com sua programação no período da tarde de segunda, com a realização de uma mesa redonda multidisciplinar na FADIR.