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Dezembro
11
2015

​Cultivo de Hortaliças completa 27 anos de parceria com a Apae

  Atualizada: 11/12/2015

 
Em 2015, o projeto de Cultivo de Hortaliças completa 27 anos da parceria entre Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae-Dourados). Este ano, uma turma de 17 alunos participou do curso prático de técnicas de cultivo e aprendeu desde o preparo do solo, semeadura/plantio, irrigação e capinas até a colheita dos alimentos.
 
A parceria reforça a importância da UFGD na busca de melhorias no bem estar da comunidade e incentiva o trabalho social dos alunos extensionistas do curso de Agronomia da Universidade. Mais do que isso, o projeto possibilita a formação de uma horta com espécies de alto valor nutritivo e permite que os alunos da Apae entrem em contato direto com a terra e desenvolvam sua autonomia.
 
Bom de papo (e de prato)
 
Claudemar da Silva Leite é o aluno bom de papo da turma. Não tem medo de colocar a mão na terra, mas sabe que é preciso usar luvas quando vai tirar o lixo. “Eu gosto de carpir, de tirar o lixo, de mexer o canteiro, aguar, ajudar a colher. Só não ajudo na cozinha, mas pra comer, sou bom de prato”. De tudo que plantam, ele prefere alface, e quando questionado sobre esses canteiros, explica: “Já colhemos e está tudo no bucho”. Claudemar ainda brinca dizendo não está ali apenas para aprender.
 
Em troca das dicas de plantio, resolveu ensinar a arte da conquista para o amigo Diego Menari Heid, voluntário no projeto. “Ensinei ele o que fazer para conquistar algumas meninas, até ofereci minha bicicleta pra ele dar uma empinada”, conta brincando.
 
 
Voluntariado
 
O curso de hortaliças foi pensado pelo professor Nestor Antonio Heredia Zarate, que desenvolve as atividades de extensão na área há quase 30 anos em 8 tipos de instituições diferentes. Mas o que chama a atenção nesse caso é o trabalho voluntário de dois doutorandos da UFGD que, a convite do professor, disponibilizam seu tempo e conhecimento em prol da Apae, ainda que as atividades não tenham relação com suas pesquisas de doutorado.
 
Diego Menari Heid é um deles. Em parceria com Nestor desde o mestrado, já passou por outras instituições ministrando esse mesmo curso. “Eu gosto muito da parte social, da alegria que a gente percebe que proporciona a eles. A parte da convivência é bem gratificante”, explica.
 
Já Laís de Lima Luqui, a outra doutoranda que ajuda no projeto, explica que a diferença quando se trabalha a horta com a Apae é que é preciso ensinar tudo brincando, o que torna as atividades bem mais divertidas. Ambos garantem que os alunos conseguem desenvolver todas as atividades e que muitos hoje já conseguem reconhecer as hortaliças sozinhos.
 
Benefícios
 
Além das atividades de educação física, artes, natação, visitas à psicóloga e à fonoaudióloga, essa turma tem duas professoras que acompanham na atividade específica de horticultura. Elaine Godoy e Janes de Jesus Sá Del Toro explicam que os benefícios vão além do aprendizado técnico e da possibilidade de uma alimentação balanceada.
 
“Isso ajuda bastante na socialização. Eles são muito receptivos e atenciosos com os novos alunos e aprendem a respeitar o próximo. Alguns até ajudam os pais a plantar uma hortinha em casa”, explica Elaine.
 
“Tem a questão da relação temporal também. Ficam eufóricos perguntando ‘é amanhã que o cumpadi Nestor vem?’. Com a vinda do pessoal da UFGD, eles relacionam melhor os dias da semana e isso ajuda muito no desenvolvimento cognitivo deles”, reforça Janes.



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