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Setembro
23
2016

Ambulatório do HU-UFGD confirma dois casos de malformação congênita pelo zika vírus

  Atualizada: 23/09/2016
Primeiro caso é de Dourados, detectado em gestação de 21 semanas, e o segundo é de Caarapó, confirmado após o nascimento da criança

O Ambulatório de Investigação de Zika Vírus do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) confirmou em setembro os dois primeiros casos de microcefalia em decorrência do zika vírus.
 
O primeiro caso foi confirmado ainda durante a gravidez, por meio de exame de ultrassom, numa paciente moradora de Dourados. O segundo caso é de uma paciente que mora em Caarapó, e as alterações só foram constatadas após o nascimento do bebê. Ambos os casos continuam em acompanhamento pela equipe multiprofissional do Ambulatório de Zika.
 
Os casos
A paciente de Dourados tem 25 anos de idade e procurou o Ambulatório em maio, com sete semanas de gestação, apresentando sintomas sugestivos de zika: vermelhidão na pele, febre e coceira pelo corpo. Foram coletadas amostras de sangue e urina, sendo confirmada a presença do vírus no exame de sangue (por uma técnica denominada RT-PCR).
 
Agora em setembro, já com 21 semanas de gestação, um exame de ultrassom mostrou que o feto tem diversas alterações compatíveis com a infecção pelo zika vírus. “O exame de imagem mostrou que o bebê apresenta microcefalia, hidrocefalia, mãos e pés tortos congênitos, que estão, de fato, associados à infecção pelo vírus”, informou o infectologista Júlio Croda, coordenador do Ambulatório de Zika do HU-UFGD.
 
A paciente de Caarapó tem um histórico semelhante. Ela foi atendida no Ambulatório em fevereiro, com oito semanas de gestação, apresentando os sintomas de zika. Foi coletado sangue e o exame confirmou a infecção.
 
Os exames de ultrassom realizados no decorrer da gravidez não mostraram alterações no bebê. A criança nasceu dia 12 de agosto e então foi constatada a microcefalia, além de outras alterações, como aumento do tamanho do rim esquerdo e má-formação no pé direito.
 
Acompanhamento
Para garantir atendimento adequado aos bebês que nasçam com microcefalia e outras alteração decorrentes da infecção pelo zika vírus, o Ambulatório de Zika do HU-UFGD estabeleceu um acordo com a Clínica de Fisioterapia da Unigran.
 
Tanto o bebê de Caarapó, nascido em agosto, quanto o que ainda vai nascer em Dourados já estão sendo encaminhados para os atendimentos, que incluem hidroterapia e equoterapia, além de todo o protocolo estipulado pelas Diretrizes de Estimulação Precoce para bebês com microcefalia, lançadas em janeiro deste ano pelo Ministério da Saúde.
 
Prevenção
O coordenador do Ambulatório de Zika também faz um alerta, para que as pessoas não descuidem da prevenção: “É preciso estar atento, porque daqui a pouco já será verão novamente e tanto o mosquito quanto o vírus estão presentes na nossa região", lembra o médico.
 
Para as gestantes, as orientações básicas permanecem: não usar medicamentos sem prescrição pelos profissionais de saúde, fazer o pré-natal e todos os exames previstos nesta fase, relatar aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação.
 
Também é importante reforçar as medidas de prevenção ao mosquito Aedes aegypti, com o uso de repelentes indicados para o período de gestação, uso de roupas de manga comprida e todas as outras medidas para evitar o contato com mosquitos, além de evitar o acúmulo de água parada em casa ou no trabalho.
 
Ambulatório
O Ambulatório de Investigação de Zika Vírus do HU-UFGD é um serviço inédito na rede pública de Mato Grosso do Sul. Entrou em funcionamento no dia 4 de março e é composto por médicos (infectologista, obstetras e pediatra), além de enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos, garantindo atendimento multiprofissional às gestantes, desde a primeira consulta.
 
No total, 70 gestantes, de vários municípios da região, estão em acompanhamento no Ambulatório de Zika. Dez casos de zika já foram confirmados pelo Ambulatório, sendo oito gestantes de Dourados e duas de Caarapó.
 
Duas dessas gestantes chegaram ao serviço por conta do diagnóstico de malformação fetal, mas não se trata de microcefalia. Ambas tiveram sintomas de zika, porém não colheram material para exame na época adequada.
 
Entre as gestantes que tiveram exame positivo para zika, foram confirmados dois casos de microcefalia: um em Dourados (confirmado durante a gestação) e um em Caarapó (confirmado após o nascimento).
 
Para mais informações e orientações sobre o agendamento de consultas no Ambulatório de Investigação de Zika Vírus do HU-UFGD, as gestantes devem entrar em contato pelo telefone: (67) 3410-3024.

 
Fonte: Unidade de Comunicação/HU-UFGD/Ebserh